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QUANDO REALIZÁ-LO?

 

A tecnologia no campo da medicina avança a cada dia para benefício dos nossos pacientes, quem poderia imaginar que pudéssemos tratar certas doenças das glândulas salivares utilizando apenas instrumentos muito delicados, de fina espessura, capaz de penetrar nos pequenos ductos (canais por onde escoam a saliva) destas glândulas, semelhante a uma endoscopia.

O aprimoramento da sialoendoscopia trouxe uma mudança no modelo de tratamento das enfermidades das glândulas salivares. Nos últimos 15 anos, o padrão-ouro no tratamento das Doenças Inflamatórias da Glândula Salivar passou da ressecção cirúrgica aberta para o tratamento endoscópico com as grandes vantagens:

1- Evitar complicações da cirurgia nas glândulas parótida e submandibular (como por exemplo grandes cicatrizes e lesões ao nervo facial com sua posterior paralisia permanente);

2- Benefício de preservar o órgão e sua função salivar. Essa técnica minimamente invasiva foi descrita pela primeira vez por Katz e Fritsch  na década de 1990, que usavam endoscópio flexível para avaliação dos ductos das glândulas salivares. Desde então, a resolução óptica aprimorada e a miniaturização de instrumentos através de vários avanços tecnológicos resultaram em técnicas cada vez mais avançadas da sialoendoscopia.

Apesar da pequena espessura dos mini endoscópios e sua composição de fibra ótica, o sialoendoscópio possui alta qualidade de imagem com boa visualização dos ductos salivares, oferecem cobertura diagnóstica e cirúrgica para atender adultos e crianças.

A sialoendoscopia é um tratamento minimamente invasivo das glândulas salivares, foi realizada pela primeira vez para o tratamento de cálculos (Sialolitíase) e rapidamente ganhou espaço no diagnóstico e tratamento de outras  patologias como Sialoadenites (inflamação das glândulas salivares), estenoses (estreitamento do ducto excretor da saliva) obstrução por placas, pólipos, corpos estranhos, paciente que apresentam boca seca após ter sido submetidos ao tratamento com radioiodo, síndrome de Sjogren, sialoadenite recidivante juvenil, entre outras anormalidades que levam estes pacientes a sofrerem grande impacto na sua qualidade de vida.

A sialoendoscopia pode ser usada tanto para fins diagnósticos quanto terapêuticos e, muitas vezes, pode ser feita em uma única sessão o que ajuda a reduzir significativamente a morbidade, a perda de horas de trabalho e a permanência no hospital.

Embora também seja um procedimento invasivo, a morbidade associada à sialoendoscopia é geralmente menor (principalmente quando comparada com a cirurgia convencional) e na maioria das vezes, temporária. Estudos apontam que aproximadamente 1.2% da população têm cálculos nas glândulas salivares e que mais de 69% dos pacientes que são tratados de câncer de tireoide com terapia com radioiodo apresentam problemas nas glândulas salivares incluindo inflamações e fibroses.

Quando lidamos com a inflamação das glândulas salivares devido a patologia obstrutiva no ducto (como cálculo, estenose por radioiodo) precisamos entender que a causa está no ducto e os sintomas se devem à estase da saliva e infecção secundária. A sialoendoscopia aborda a patologia do ducto levando à resolução da patologia desta glândula.

Essa abordagem voltada para o duto e não para glândula é a principal característica dessa intervenção. Isso é semelhante a certos casos de sinusite em que os sintomas da sinusite são secundários à obstrução anatômica ou patológica no nível do complexo osteomeatal.

Na sialolitíase motivada por cálculos pequenos (Fig 1), os cálculos podem ser removidas através do próprio sialoendoscópio com canal de trabalho, utilizando um  acessório denominado Basket (extrator de pedras) que faz parte dos instrumentais que devem estar presentes nesta técnica (Fig 2).

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